Há vida além do trabalho, sim!

Simon

Se há um tema eternamente recorrente e complexo é precisamente o que trata da relação entre vida privada e vida profissional.

A necessidade de competir cada vez mais nos pressiona a empurrar a vida privada para segundo plano. Sob essa pressão, esquecemos do mais importante: nós trabalhamos para tentar ser felizes, saudáveis e conviver em paz com nossas famílias e amigos. mas a mistura entre valores de mercado e valores pessoais ás vezes nos impede de ver isso. Passamos a acreditar que, acima de tudo, está o mundo profissional, a qualquer preço. Então é hora de perguntar: existe vida além do mercado?

Para nossa sorte, ainda existe, sim.

O trabalho é fundamental em nossa sociedade, mas antes de ser “trabalhadores” somos seres humanos. Essas afirmações, aparentemente tão óbvias, têm muitas implicações. Por um lado, significam que todo mundo tem direito a um trabalho que garanta com dignidade a sua vida. Por outro lado, indicam que ele não pode ser mera forma de “subsistência”, mas a base material para o crescimento intelectual , social e espiritual de cada um. Mais ainda, mesmo que gere muitas riquezas, o trabalho será desumano se consumir todo o tempo e toda a energia de alguém.

O bom profissional se faz também com vida além do trabalho

Para quem está preocupado em fazer carreira, há o grande risco de se tornar um workaholic, um viciado em trabalho. E o workaholic, como o alcoólatra, está doente, desaprendeu de viver. Dizer isso vai parecer, para muitos, uma heresia. Já ouvi muitos profissionais afirmarem com um jeito sado masoquista que mal escondia o orgulho: “Estou há X anos sem tirar férias…” ou “tenho trabalhado 14 horas por dia…”.

Não estou aqui defendendo uma postura “burocrática”, de cartão de ponto. É claro que em determinados momentos o trabalho exige uma superdedicação, serões, mudança de planos pessoais. Mas isso tem que ser exceção, jamais a regra. O respeito pelo indivíduo e sua vida privada é um dos valores fundamentais de uma organização empresarial sadia e produtiva.

Mais horas não significa maior produtividade

Sei que nem todas as empresas no Brasil têm clareza sobre isso. Muitas ainda acreditam que “vestir a camisa” significa sacrificar-se pelo emprego. Nesse ponto, talvez a globalização seja algo que pode estar a favor da humanização. Começam a ganhar força por aqui algumas ideias que já estão estabelecidas em outros países: exigir resultados e não o cumprimento de horários , valorizar o trabalho criativo em equipe e a produtividade. Esses são exemplos que levam a uma maior autonomia do profissional na realização de suas tarefas e que, ao mesmo tempo, exigem que se desenvolva essa autonomia.

Para conseguir isso, ele terá que de ampliar a sua visão de mundo, ler mais, viajar, interessar-se por arte e cultura, participar de atividades sociais, – afinal, são essas experiências que colaboram para o aumento da criatividade e da capacidade de tomar decisões mais seguras. E isso exige tempo livre !

É, em vários sentidos, um mundo novo para pessoas e empresas. Daí, talvez a demora em tomar certas decisões – embora, ao mesmo tempo, outras estejam sendo tomadas numa velocidade crescente. As hesitações fazem parte do momento de transição que vivemos, de redefinição das fronteiras que defendo entre o profissional e o pessoal.

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simon.franco@simonfranco.com.br
é o Presidente da
SIMON FRANCO RECURSOS HUMANOS